"Não basta ter belos sonhos para realizá-los. Mas ninguém realiza grandes obras se não for capaz de sonhar grande. Podemos mudar o nosso destino, se nos dedicarmos à luta pela realização de nossos ideais. É preciso sonhar, mas com a condição de crer em nosso sonho; de examinar com atenção a vida real; de confrontar nossa observação com o nosso sonho; de realizar, escrupulosamente, nossa fantasia. Sonhos, acredite neles." (Lenin)


quarta-feira, 18 de junho de 2008

ARRAIÁ DO SONHOS!!

NO DIA 22.06 (Domingo) VENHA RALAR BUXO!



terça-feira, 6 de maio de 2008

maio 68

Edgar Morin esteve recentemente no Brasil para falar dos movimentos de 1968, que ele vivenciou de perto, ou melhor, de dentro.

Morin deu esta entrevista à Folha de São Paulo. Vale a pena conferir.

"Para o pensador francês, desesperança e descrença no progresso trazidas pelos anos 90 desamparam atual geração e a empurram para um presente sem sentido"

EDGAR MORIN
FILÓSOFO

Mal-estar de Maio de 68 é ainda mais profundo hoje

Para o pensador francês, desesperança e descrença no progresso trazidas pelos anos 90 desamparam atual geração e a empurram para um presente sem sentido

O FRANCÊS Edgar Morin é um dos últimos grandes pensadores vivos. Filósofo, historiador e sociólogo, aos 87 anos se empolga ao falar dos movimentos estudantis atuais e diz que uma das maiores conquistas de Maio de 68 foi a afirmação da adolescência como entidade social autônoma. Mas o intelectual acredita que a crise moral que provocou o levante de 40 anos atrás é hoje muito mais grave porque o mundo, segundo ele, perdeu totalmente a crença num futuro melhor.

SAMY ADGHIRNI

Foto Wikipédia
Edgar Morin passou boa parte de sua trajetória intelectual defendendo a transdisciplinaridade, a idéia segundo a qual as ciências são complementares e o conhecimento só é válido quando colocado sob a luz da abrangência.

Convidado a abrir a segunda edição do ciclo de palestras "Fronteiras do Pensamento Braskem-Copesul", em Porto Alegre, Morin avisou que o tema de sua intervenção seria "1968-2008: o mundo que eu vi e vivi". Foi uma oportuna maneira de analisar os rumos da humanidade às vésperas do 40º aniversário da revolta francesa de Maio de 1968, o evento estudantil e operário que ultrapassou fronteiras, disseminando os valores que até hoje norteiam boa parte da modernidade ocidental. Horas antes da palestra, no último dia 14, Morin conversou por 40 minutos com a Folha no saguão de um luxuoso hotel da capital gaúcha. Os gestos frágeis e a voz definhante não condizem com o discurso vibrante e apaixonadamente engajado de um homem que dedicou a vida ao entendimento humano. Eis os principais trechos da entrevista.

FOLHA - Quarenta anos depois, o que ficou dos acontecimentos de Maio de 68?

EDGAR MORIN - 1968 foi, antes de mais nada, um ano de revolta estudantil e juvenil, numa onda que atingiu países de naturezas sociais e estruturas tão diferentes como Egito, EUA, Polônia... O denominador comum é uma revolta contra a autoridade do Estado e da família. A figura do pai de família perdeu importância, dando início a uma era de maior liberdade na relação entre pais e filhos.

A revolta teve um caráter mais marcante nos países ocidentais desenvolvidos. Teóricos achavam que vivíamos numa sociedade que resolveria os problemas humanos mais fundamentais. E, de repente, percebeu-se que havia uma insatisfação na parte mais privilegiada dessa sociedade, que é a juventude estudante. Jovens de classes privilegiadas que desfrutavam de bens materiais preferiram buscar uma vida comunitária, num sinal de que o consumismo da sociedade ocidental não resolvia os problemas e aspirações humanas. Muitos desses jovens trocaram a cidade pela vida com as cabras, em busca de felicidade. Esses grupos não duraram, porque não conseguiram resolver os problemas e conflitos -só perduram comunidades que têm o cimento religioso.

Mas o importante é que houve um processo de auto-afirmação da adolescência como entidade social e cultural. O rock, muito além da música, consiste em agrupamentos de jovens. É uma maneira de se vestir e se comportar. É a autonomização da adolescência, que se afirma por oposição ao mundo adulto dos professores e pais.

Depois disso, a poeira baixou e tudo pareceu voltar ao que era antes. Mas houve mudanças, sim. Foi depois de 68 que os homossexuais e as minorias étnicas se afirmaram e que o novo feminismo se desenvolveu. A imprensa feminina francesa pré-68 dizia: "sejam bonitas e façam uma boa comidinha para agradar aos seus maridinhos".

Depois de 68, essa mesma imprensa passou outro recado: "vocês estão ficando velhas, seus filhos foram embora e seus maridos as traem, então resistam". Foi uma verdadeira crise da idéia de felicidade, que é a grande mitologia da sociedade ocidental.

FOLHA - Um levante semelhante seria possível hoje em dia?

MORIN - Fatos históricos dificilmente se repetem, mas eu me pergunto se a comemoração de Maio de 68 não vai estimular jovens a seguirem o mesmo caminho. Na França, houve recentemente uma pseudo-reforma do ensino que despertou mais uma vez movimentos estudantis consideráveis. Claro, não tem nada a ver com Maio de 68, mas é alguma coisa.

Hoje em dia, movimentos estudantis se generalizam rapidamente e prosseguem mesmo quando o governo satisfaz os seus pedidos. É a alegria de estar juntos na rua, de desafiar os professores e a polícia. Até quando as reivindicações são ridículas, o fenômeno é importante, pois permite ao jovem tornar-se cidadão, escapando assim da crescente tendência ao apolitismo.

FOLHA - Mas o mal-estar que causou Maio de 68 permanece..

MORIN - Não só permanece, como agravou-se. Onde há vida urbana e desenvolvimento, há estresse e ritmos de trabalho desumanos. A poluição causa males terríveis, e nossa civilização é incapaz de impedir a criação de ilhas de miséria. Mas o que piorou mesmo foi o fato de termos perdido a fé no progresso. O mundo ocidental dava como certa a idéia de que o amanhã seria radioso. Mas, nos anos 90, percebeu-se que a ciência trazia também coisas como armas de destruição em massa e que a economia estava desregulada, enterrando de vez a promessa de que as crises haviam deixado de existir.

O sentimento de precariedade é agravado pelo fato de os pais não saberem se seus filhos terão um emprego. Tampouco há esperança vinda da esfera política. Os políticos hoje se contentam em pegar carona no crescimento econômico. Não bastasse a ilusão de que esse crescimento da economia resolveria os problemas, eis que agora impera a estagnação. O mal-estar está mais profundo, inclusive nas classes que têm acesso ao consumo. E quando não há mais futuro, a gente se agarra a um presente desprovido de sentido ou ao passado -nação e religião.

FOLHA - O senhor acredita no choque das civilizações?

MORIN - Parece cada vez mais grave a confrontação entre os mundos árabe-islâmico e ocidental. Mas isso não é um choque de civilizações, até porque boa parte do mundo muçulmano está amplamente ocidentalizada. O problema é que os países árabe-islâmicos estão tomados por um desespero ligado ao fracasso da democracia e do socialismo naquela região e à imensa corrupção trazida pelo capitalismo. Diante disso, parte da população torna-se ultra-religiosa e pensa que a salvação está numa interpretação integrista da sharia, a lei islâmica

O choque das civilizações é uma profecia que se auto-realiza. Acreditar nela é estimulá-la. Além disso, islã, cristianismo e judaísmo têm um tronco comum. São fés monoteístas muito parecidas. Por isso me tranqüiliza saber que grandes civilizações como a China e a Índia tiveram a felicidade de escapar disso. Muitos males advêm dos monoteísmos.

Olhe o que acontece com a questão israelo-palestina. Nos dois lados impera cada vez mais a visão religiosa de um problema fundamentalmente nacionalista. Repare na força dos evangélicos nos EUA, berço da sociedade mais materialista do mundo e onde a teoria do criacionismo não pára de se espalhar. Tudo isso é uma grande regressão. Não acredito no choque das civilizações, acredito na volta da barbárie em suas mais diversas formas.

FOLHA - Uma das maiores mudanças mundiais das últimas décadas, a internet, na sua opinião, afastou ou aproximou as pessoas?

MORIN - Se considerarmos o fato de a internet ser um instrumento polivalente, que serve até aos interesses do crime, acho que a rede aproxima as pessoas. A internet tornou-se um sistema nervoso artificial que tomou conta do planeta. É algo que ajuda muito na hora de desenvolver afinidades, encontrar amigos, amores ou parceiros de hobby. A internet é um fato universal importantíssimo.

Mas os sistemas de comunicação não criam compreensão. A comunicação apenas transmite informação. É preciso estimular o surgimento de uma consciência planetária. Se a internet não desenvolver a idéia da comunidade de destinos da humanidade, terá apenas uma função limitada e parcelar.

FOLHA - Que papel restou para o intelectual hoje?

MORIN - O intelectual é alguém que toma a palavra em público para levantar problemas fundamentais. Infelizmente, os intelectuais foram levianos quando se tornaram stalinistas ou maoístas. Eles enganaram as pessoas.

Por outro lado, é ruim quando nos deparamos com um mundo entregue a peritos, especialistas e economistas, que são incapazes de enxergar a abrangência dos problemas essenciais e globais.

Intelectuais são necessários, mesmo quando eles se enganam. Quanto mais o mundo acha que não precisa deles, mais eles fazem falta (risos).

sábado, 5 de abril de 2008

Estudantes ocupam a reitoria da UnB

Estudantes ocupam a reitoria da UnB

Na tarde do dia 3 de abril de 2008, cerca de 200 estudantes, professores/as e funcionarias/os ocuparam a reitoria da Universidade de Brasília (UnB). A mobilização tem como pautas principais a saída imediata do Reitor (Thimothy Mulholland), de seu vice (Edgar Mamiya), do conselho diretor da reitoria e das diretorias da Fundação Universidade de Brasília (FUB), da Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (FINATEC), da FUNSAUDE e de todas as fundações envolvidas em processos de corrupção, extendendo-se a discussão da função das fundações na Universidades públicas. O movimento exige também a convocação de eleições diretas paritárias ou em voto universal.

As atividades do dia iniciaram-se com uma assembléia estudantil seguida de um ato que passou por toda a universidade ampliando a mobilização. Após a ocupação, a Reitoria ordenou que se cortassem a água e a luz do prédio, atitude que remete a estratégias de guerra. Além disso, a segurança impediu a entrade de novas pessoas, proibiu a mídia independente de subir até o andar da ocupação, permitindo apenas a presença da mídia comercial. Após muita pressão dos/das manifestantes, a mídia independente também conseguiu subir até o andar do gabineto do reitor. A idéia do movimento é manter a ocupação até que as pautas sejam atendidas. Um grande grupo de apoiadores/as (cerca de cem pessoas) concentram-se no térreo da reitoria e estão fazendo atividades culturais e políticas de apoio durante toda a noite e pela madrugada. O moviemnto convoca todas as pessoas a participarem das atividades de apoio.

Em janeiro deste ano, surgiram diversas denúncias de corrupção envolvendo a atual gestão da reitoria da UnB, envolvendo desvio de verbas por meio da FINATEC para uso privado do Reitor. O Ministério Publico abriu inquerito e nas investigações descobriu mais irregularidades envolvendo a FUB e a FUNSAUDE. O grupo que está a frente da reitoria desde 1998 já esteve envolvido também em outros escândalos como o do Centro de Seleção e de Promoção de Eventos (CESPE), o da Casa do Estudante (CEU) e o da própria eleição da atual gestão. Vale lembrar que desde 1996 após o decreto do Governo FHC, a UnB não tem eleições paritárias para reitor.

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fonte: cmi

Noticia

Mais de 60 entidades fundam o Fórum Nacional contra a Privatização do Petróleo e Gás

18/03/08 - 11h 20m

Depois de 60 anos da criação do Centro Nacional de Estudos e Defesa do Petróleo (4/4/1948), a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) volta a ser palco de um momento histórico, com a retomada da luta em defesa da soberania e das riquezas nacionais. No dia 15 de março, com a presença de representantes de mais de 60 entidades de âmbito nacional, estaduais e municipais – além do apoio do Ministério das Relações Exteriores do Governo Paralelo Lopez Obrador (México) - foi lançado o Fórum Nacional Contra a Privatização do Petróleo e Gás.

O lançamento do Fórum Nacional ocorreu durante a realização de um seminário que contou, na parte da manhã, com a participação dos debatedores João Pedro Stédile, do MST e da Via Campesina Brasil; João Victor Campos, diretor da Associação de Engenheiros da Petrobras (Aepet); e de Gustavo Iuriegas, ministro das Relações Exteriores do governo paralelo Lopez Obrador, do México.

Na parte da tarde, os participantes – cerca de 150 pessoas – indicaram propostas para consolidar o Fórum Nacional permanente e constituir fóruns regionais, nos estados, além de definirem um calendário de lutas para 2008. A próxima reunião do Fórum Nacional foi marcada para 22 de abril, às 18h, no auditório do Sindipetro-RJ.

terça-feira, 25 de março de 2008

Cine Libertário Homenagea EDSON LUIZ

Cine Libertário Homenagea EDSON LUIZ
Quarta(26/mar), EF da Manhã e EF da Tarde, na Sala D da videoteca com o filme CABRA-CEGA.


40 ANOS DO ASSASSINATO DO EDSON LUIZ-
Dia 28 de Março fará 40 anos do assassinato do
estudante Edison Luiz, morto pela Ditadura Militar
durante a mobilização pela manutenção do restaurante
estudantil Calabouço.

A Mobilização contra o asassinato do Edson Luiz
reuniu em 1968 mais 60 Mil nas ruas do Rio Janeiro!
Uma das maiores mobilizações contra a Ditadura
Militar! E se tornou um dia Histórico de Luta dos
Movimentos Sociais.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

>>>>>>>>> CINE LIBERTÁRIO <<<<<<<<<

O coletivo Sonhos Valem uma Vida convida a tod@s a participarem das exibições do Cine Libertário que passarão a acontecer na última quarta do mês:

27/02 - MUITO ALÉM DO CIDADÃO KANE
26/03 - a programar
30/04 - a programar
28/05 - a programar
25/06 - a programar

NESSA QUARTA
Local: Videoteca - sala D
Horário: 11:30h

O filme, que conta a história da Rede Globo de Televisão, teve sua exibição proibida no Brasil desde sua estréia em 1993 graças a uma ação judicial movida por Roberto Marinho. A exibição que ocorreria no Museu de Arte Moderna - MAM, do Rio de Janeiro, foi proibida pelo, na época, presidente da República, Itamar Franco.

O documentário trata sobre a relação entre a Rede Globo e o regime da ditadura militar, apresenta o acordo firmado entre a Rede Globo e o Grupo Time-life (empresa norte americana de mídia), mostra também o "apoio" da Rede Globo à redemocratização do país, na figura do candidato à presidência da República Tancredo Neves. Além de mostrar claramente os envolvimentos ilegais da emissora em parceria com o poder em Brasília.

Download do filme:
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2003/08/260618.shtml